Segue abaixo um artigo sobre o lugar mais assombrado de Recife, A Cruz do Patrão, escrito pela Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco chamada Lúcia Gaspar. O referido artigo foi escrito em 10 de Setembro de 2003 e atualizado em 29 de Agosto de 2009. Cuidado! Evite passar por lá!
A Cruz do Patrão, construída no istmo que liga o Recife à Olinda, está localizada ao norte do Forte do Brum e ao sul do Forte do Buraco, edificado pelos holandeses no século XVII e hoje desaparecido. Trata-se de uma pesada e alta coluna dórica, feita de alvenaria, com seis metros de altura e dois de diâmetro, tendo em cima uma cruz de pedra.
A cruz original era de madeira e, segundo Pereira da Costa, o monumento teria sido construído, no início do século XIX, possivelmente em 1814, para servir de baliza às embarcações que entravam no porto do Recife. O nome indica patrão-mor, mestre de barco.
Segundo a tradição, o local é tido como mal-assombrado, porque era onde se enterravam escravos que morriam ao chegar da África. Por ser um lugar ermo, nas suas proximidades ocorriam, também, vários assassinatos e fuzilamentos.
As pessoas que iam do Recife à Olinda à noite, evitavam passar por perto da Cruz do Patrão, pois havia uma crença que se o fizessem, ouviriam gemidos angustiantes, veriam almas penadas ou seriam perseguidos por espíritos maléficos.
Gilberto Freire, no seu livro Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife, diz que na época colonial, no local onde hoje se encontra a Cruz, os negros se reuniam para fazer catimbó e que certa vez apareceu o diabo, pegou uma "negra de toutiço gordo e sumiu com ela no meio d´água. Tudo isso, entre estouros e no meio de muita catinga de enxofre".
Maria Graham, uma inglesa que visitou o Recife, conta no livro de viagens que escreveu sobre o Brasil do século XIX, que viu no local cadáveres mal enterrados, com pés e pernas sobre a terra.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a 2ª Companhia Independente de Guardas foi encarregada de fazer a proteção do porto contra os alemãs. Os soldados temiam guarnecer a Cruz, muito mais pelos mal-assombros do lugar do que pelos possíveis invasores.
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