[EXCLUSIVO] - ENTREVISTA COM LÉON EDSON, ESCRITOR DE PERNAMBUGÓTICO

Conheça PERNAMBUGÓTICO, o mais novo livro de terror do Léon Edson, escritor que começa a ganhar destaque no cenário literário pernambucano. 

Entrevistamos, com exclusividade, o autor Léon Edson, oportunidade na qual tivemos uma breve conversa sobre seu novo livro Pernambugótico - Maldições Encantadoras, entre outros assuntos que vai interessar a você que gosta do universo do terror. Confira conosco mais sobre o livro Pernambugótico, mais sobre o autor e nossa entrevista exclusiva! 

SINOPSE DE PERNAMBUGÓTICO - Maldições Encantadoras:

Augustus dos Anjos é um jovem rapaz dos anos 50, órfão e pertencente a uma tradicional e poderosa família recifense. Não só por eles terem muito dinheiro e influência, mas por saberem muitos dos mistérios que envolvem a magia oculta espalhada pelo mundo. Quando Úrsula Duarte Monteiro, sua avó e matriarca da família, morre sob circunstâncias misteriosas, ele descobre que lhe resta pouco tempo de vida. Contando com a ajuda do primo George “Byron Jr.” e de Aziza, a empregada da família, Augustus precisa buscar nos segredos do ocultismo pernambucano uma forma de salvar a própria vida enquanto o tempo é seu inimigo. Quanto mais ele se aprofunda no oculto mundo da magia e dos mistérios da cultura pernambucana, mais descobre sobre os Duarte Monteiro e seus segredos. Como Augustus conseguirá salvar a própria vida antes que o tempo se esgote? E será mesmo verdade que toda e qualquer maldição pode ser quebrada?


ANTES DE NOSSA ENTREVISTA, CONHEÇA O ESCRITOR LÉON EDSON:

Léon Edson é um pernambucano envolvido com a literatura desde cedo. Quando apenas ler já não era mais o suficiente, passou a criar e a escrever suas próprias histórias, encontrando no terror, na fantasia e na ficção científica os gêneros de maior destaque. Seu primeiro livro, o suspense gótico “A Praia Morta”, foi publicado em 2021 e o segundo, a fantasia urbana ambientada no Recife dos anos 50 sob o título de “Pernambugótico - Maldições Encantadoras”, foi publicado ano passado (2023). Essas duas obras estão disponíveis na Amazon. Acaba de lançar, pelo Grupo Editorial Quimera, seu terceiro trabalho: "A Usurpadora de Tronos", um épico de fantasia que reimagina os personagens clássicos dos contos de fada em uma guerra descomunal. A obra está disponível no site da editora.

INSTAGRAM DO AUTOR: @leonedsonfs

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ENTREVISTA EXCLUSIVA E COMPLETA COM O ESCRITOR LÉON EDSON:


Márisson Fraga: Como você retrata o livro Pernambugótico? Sobre o que ele trata?

Léon Edson: Pernambugótico é uma fantasia urbana ambientada no Recife dos anos 50, porém, acima de tudo, a história é uma grande homenagem, uma declaração de admiração e respeito pela cultura nordestina, especialmente a pernambucana.

Através da narrativa e da dinâmica entre os personagens, o livro nos carrega para uma viagem turística e sobrenatural por importantes pontos do Recife, esmiuçando camadas de uma rica cultura multifacetada recheada de mistérios e de magia. Pernambugótico traz uma mistura de ficção e realismo ao tratar não apenas da busca dos protagonistas Augustus e George para quebrarem uma maldição letal, mas da procura de ambos por conhecer a si mesmos e a sociedade que os rodeia em um período de enorme efervescência para a capital pernambucana.


Márisson Fraga: No livro de sua autoria A Praia Morta, podemos encontrar algumas críticas sociais, tal qual vem fazendo Jordan Peele. No livro Pernambugótico, há críticas neste sentido?

Léon Edson: Sim! Com certeza há críticas sociais em Pernambugótico. Algumas mais veladas e outras bem mais diretas. Acredito que realizar tais críticas em minhas obras faz parte da visão de que, como autor, posso tentar levar ao público os problemas que nos incomodam, que nos impedem de avançar e crescer de forma mais harmoniosa no mundo onde vivemos. Assim os leitores podem identificar no seu dia a dia tais problemas sociais, além de construírem suas próprias ideias de como lidar com eles da melhor forma possível.

Por conta da natureza da história de Pernambugótico, as críticas e os problemas sociais no livro são mais amplos. Questões como racismo, sexualidade, ecologia, religiosidade, infraestrutura urbana e até política são trabalhadas dentro da narrativa, sem perder a essência de aventura e mistério sobrenatural da história.


Márisson Fraga: Quais foram as suas dificuldades para se transportar para o Recife - simbolicamente - em uma década tão diferente (Década de 1950)?

Léon Edson: Confesso que tive algumas dificuldades. Principalmente porque a história de Pernambugótico foi idealizada durante a pandemia de COVID-19, no período onde as bibliotecas, os arquivos e outras fontes de pesquisa mais tradicionais ainda estavam fechadas ao público.

Toda a pesquisa histórica sobre os costumes, a moda e a configuração urbana do Recife na década de 50 foi realizada pela internet. Acabei me deparando com algumas divergências de informações entre fontes de pesquisa distintas e com a falta de alguns outros dados em determinadas ocasiões.

Como uma das propostas do livro era trazer uma certa fidelidade histórica para a narrativa, mesmo se tratando de uma fantasia sobrenatural, foi preciso realizar uma pesquisa mais aprofundada antes de iniciar a escrita do livro. Nada disso, porém, me impediu de tomar algumas liberdades narrativas para construir uma aventura mais coesa e instigante para os leitores.


Márisson Fraga: Por que você acha que o Recifense amante de filmes e livros de terror precisa ler Pernambugótico?

Léon EdsonPorque eles encontrarão em Pernambugótico tudo do que tanto gostam em filmes e livros de terror: uma história repleta de suspense, aventura, mistérios sobrenaturais, reviravoltas, personagens tridimensionais e uma dose de horror, flertando com o cósmico. Só que tudo isso ambientado na nossa cidade, sob o prisma da cultura sobrenatural e popular de Pernambuco, cuja capital é considerada uma das com maior riqueza de lendas e causos assombrados do Brasil.


Márisson Fraga: Você considera que livros ou filmes de terror são ideais para explorar e fazer refletir sobre questões sociais e políticas?

Léon Edson: Sim, considero. O terror, de algum modo, sempre esteve ligado a estas questões através de seus personagens traumatizados, desesperados, feridos, coagidos e atormentados por monstros internos ou externos. Muita das vezes, esses monstros e demônios, nada mais são que a representação física de alguma problemática político-social, o pavor geral de uma determinada década a ser combatido a todo custo.

 Atualmente, com o crescimento nos cinemas de obras de terror social - chamadas também de pós-terror - as questões que mais nos afligem como seres humanos adquirem contornos palpáveis para o público, podendo ser discutidas didaticamente de formas bem mais diretas que metafóricas.

Temos em filmes como Corra!; A Lenda de Candyman e Nós, questões sobre racismo e segregação. O posicionamento da figura da mulher em sociedade é tratado em filmes como X - A Marca da Morte e Pearl. A depressão pós-parto, os desafios da maternidade e as problemáticas de uma família disfuncional podem ser vistos em O Babadoock e em Hereditário.

Esses filmes são apenas alguns exemplos de como obras de terror conseguem se aprofundar nos horrores e dilemas da nossa sociedade para que reflitamos sobre tais questões enquanto não deixam de nos apavorar a cada cena e, de certa forma, nos educar.

Eu acredito que as obras de terror sempre foram as mais democráticas em questões e temas que se propõe a abordar, usando da inventividade como principal recurso de nos produzir horror.

Sobre Pernambugótico, além das questões sociais já mencionadas em outra pergunta, o livro também trata de como traumas de infância podem nos marcar profundamente, moldando o tipo de adulto que nos tornaremos, seja para o bem ou para o mal.

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Comentários

  1. Entrevista sensacional. Fiquei com vontade de conferir essa obra.

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  2. O AUTOR LÉON EDSON OS SEUS LIVROS SÃO FANTÁSTICO, EM CADA PÁGINA É UMA CAIXINHA DE SURPRESAS RECOMENDO!!!!

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  3. Nossa! Tão bom conhecer autores pernambucanos e que valorizam nosso estado em suas obras.

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  4. Uma história que se passa na década de 50? Já quero ler!

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  5. Que entrevista incrível!

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